No Japão, uma fábrica de instrumentos de precisão estava passando por um problema que vinha desafiando seus engenheiros. Na fabricação de uma nova peça, o controle de qualidade estava detectando que algumas unidades apresentavam um problema em um de seus ajustes. Uma vez observado o problema, o controle de qualidade alertou a produção que começou a fazer um exame rigoroso do que acontecia, e por que só acontecia com aquele tipo de peça. Uma vez revisto o processo de produção, nada foi encontrado. O problema então passou a ser analisado pelos engenheiros da fábrica e novamente não se encontrou a causa do problema. Consultou-se o fabricante do maquinário, mas novamente as inspeções das máquinas nada observaram de anormal.
Como o problema persistia, o presidente da empresa resolveu
preparar um boletim informativo a todos os empregados, contendo o que se sabia
sobre o problema e pedindo que todos prestassem atenção as informações e que
todos tomassem o problema como se fosse seu.
O boletim continha uma descrição da peça, seu propósito, um
diagrama esquemático, máquinas envolvidas, pessoal envolvido e quando o defeito
se apresentava. Em particular,
chamava-se a atenção ao fato de que o defeito ocorria randomicamente, mas
sempre em determinados horários.
Passaram-se três dias quando uma das secretárias do setor de
pessoal procurou o setor de engenharia.
Ela leu o boletim e decidiu comparar os horários onde ocorriam os
problemas com uma tabela de horário dos trens e descobriu que havia uma
coincidência com alguns dos trens. Os engenheiros agradeceram e disseram que
iriam investigar.
A investigação chegou à conclusão que os trens dos horários
coincidentes eram trens especiais e que estavam gerando uma pequena perturbação
nas máquinas produtoras da tal peça. A
solução encontrada foi parar a produção das peças no intervalo onde passavam os
trens especiais; solução factível e mais barata em relação a remontagem do
maquinário.
Esse exemplo é usado no contexto de qualidade total,
enfatizando que a participação de todos ajuda a melhoria da qualidade. Nossa interpretação usa outro víeis: essa participação só é eficaz na medida em
que há transparência das informações e
dos processos. A publicação do boletim
foi o que permitiu a participação da secretária e que levou a identificação e
solução de um problema.
A transparência organizacional é cada vez mais importante
para substanciar uma gestão coletiva, participativa, dos atores
organizacionais, tornando-se uma característica indispensável para as
organizações modernas, que precisam de processos colaborativos na
busca de sua eficácia.
Júlio, achei o caso muito interessante e ilustra muito bem os benefícios da transparência organizacional. Parabéns! Caso permita gostaria de compartilhar com meus colegas de trabalho. Grande Abraço. Guilherme Maia
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