segunda-feira, 27 de maio de 2013

Transparência, o desafio da próxima década

        O tema da transparência é fascinante e assalta a nossa sociedade de forma avassaladora.  Múltiplas reflexões tem trazido o advento desse novo velho valor social,  de se ter acesso a tudo que o Estado faz, na realização de um velho sonho democrata.

Não se trata apenas de uma discussão de tecnologia da informação. È uma discussão social, de luta por direitos (vide  “As vítimas da transparência” em http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/as-vitimas-da-transparencia/65440/), de construção de um instrumento gerencial que alavanque a qualidade da gestão pública (vide   “Transparência: uma discussão gerencial?” Em http://www.tce.mt.gov.br/artigo/show/id/62/autor/31) e que fortaleça realmente os processos de participação das classes populares (vide  “As dimensões da participação e a transparência funcional” em http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/as-dimensoes-da-participacao-e-a-transparencia-funcional/66598/).
Talvez seja uma carga muito grande para a  transparência isso tudo. Reputá-la como salvadora pode nos conduzir a erros de outras épocas. È preciso vê-la como uma ferramenta de accountability, de prestação de contas e de instrumentalização do controle social (vide    “Prestação de contas: se não presta, não presta” em http://jus.com.br/revista/texto/23681/prestacao-de-contas-se-nao-presta-nao-presta#ixzz2TmnQbbTg). Uma ferramenta possível que permita a indução das ações dos órgãos de controle institucional (vide “Reverberações da Lei de Acesso à Informação na dinâmica do controle interno” em  http://jus.com.br/revista/texto/23680/reverberacoes-da-lei-de-acesso-a-informacao-na-dinamica-do-controle-interno#ixzz2TmnNVASi), seja de controle interno e externo, na interação salutar desses órgãos e o controle social, transcendendo o uso da denúncia (vide “Digressões sobre a denúncia: útil, mas um tanto arriscoso” em http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/digressoes-sobre-a-denuncia-util-mas-um-tanto-arriscoso/70810/), para que essa seja uma fonte fidedigna na orientação da ação dos órgãos de controle e do próprio gestor.
A forças patrimonialistas se reinventam, pois afinal, o benefício da corrupção é grande. Para isso, avançam em pseudo-transparências, em disponibilizações que mostram o acessório e ocultam o essencial, privando o cidadão de suas possibilidades de participação. Esse quadro demanda ferramentas de avaliação da transparência (vide “A auditoria governamental como instrumento de promoção da transparência” em http://jus.com.br/revista/texto/19318/a-auditoria-governamental-como-instrumento-de-promocao-da-transparencia#ixzz2TmnUWctn), que permitam certificar o atendimento desse mandamento legal, sem subterfúgios.
Eis o desafio da próxima década para as lutas sociais. Lutar por uma gestão pública transparente, que permita a instrumentalização do controle social e a interação deste com os órgãos de controle e com a própria gestão, na construção de uma atuação pública de excelência e proba. Essa luta não será fácil e necessitará de armas que separem o “joio do trigo”, daqueles que se dizem transparentes na disponibilização de massas de dados desconexos e daqueles que realmente enxergam no cidadão e em outros atores seu público-alvo e nesses direcionam as suas informações, que permitam a construção dessa interação em rede na promoção da qualidade da gestão pública.


           O desafio está posto! Cabe-nos agir!


Marcos Vinícius de Azevedo Braga

Um comentário:

  1. Será uma luta perdida se persistir este modelo de >> servidor vai no arquivo e remete a informação solicitada, por meio eletrônico ou custo de trocentas xerox de documentos<<. Resultado:dados como os mencionados no artigo, que nada informam, tal a desorganização que lhe é imposta pelo interessado na contra-informação, ou impossibilitados pela reprodução dos documentos. Há de se permitir o acesso físico do interessado, ( como num ambiente de pesquisa e consulta ) ao material solicitado. Ilustrando: meu pedido "I- Dotação para o DCE Unirio nos anos 2012 e 2013
    II- Relação de estudantes que prestam serviço remunerado dentro da
    Universidade, a natureza do serviço prestado,os numerários pagos a estes
    estudantes, os critários de seleção e os Coeficientes de Rendimento de
    cada um dos alunos
    III A existência de página de acesso à plataforma moodle escrita em
    idioma Ingles está amparada em qual critério, ja que é a única entre
    todas as universidades federais do país a se utilizar de idioma não
    pátrio, e não sendo o ingles pré-requisito de nenhum curso da Unirio.teve a seguinte resposta:"Prezado
    cidadão, seguem as respostas:

    I-Consultando a Pró-Reitoria de Planejamento na figura do Departamento
    de Orçamento, nos foi dito que a Lei de Orçamento Anual, que estima a
    receita e fixa a despesa da União para determinado exercício financeiro,
    não é elaborada em nível de detalhamento que permita identificar
    dotação para um Diretório Central de Estudantes (DCE), conforme pode ser
    observados na LOA 2012 e 2013 cujos endereços de consulta são
    apresentados a seguir:
    Orçamento da União – Exercício Financeiro de 2012
    Lei 12.595, de 19 de janeiro de 2012. Disponível em:
    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12595.htm>.
    Volume
    V - Detalhamento dos Créditos Orçamentários – Poder Executivo –
    Ministério da Educação. Disponível em:
    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/Anexos/ANL12595-Volume-V.pdf>.
    Orçamento
    da União – Exercício Financeiro de 2013
    LEI 12.798, de 4 de abrir de 2013. Disponível em:
    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12798.htm>.
    Volume
    V – Detalhamento dos Créditos Orçamentários – Poder Executivo –
    Ministério da Educação. Disponível em:
    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/Anexos/12798/L12798-13%20-%20Volume%20V.pdf>.
    Observação:
    a UNIRIO é identificada como Unidade 26269.

    II-Consultada a Direção de Assuntos Comunitários Estudantis, fomos
    informados que não há alunos contratados ou com outro vínculo que
    prestem serviços remunerados no âmbito da mesma.

    III- Em consulta à Coordenação de Educação a Distância, recebemos como
    reposta que a mesma se utiliza do moodle customizado para UNIRIO que se
    denomina e-UNI e o moodle do CEDERJ, ambos se utilizam da língua
    portuguesa. Como moodle pode ser baixado e utilizado por qualquer
    pessoa, pode ser que algum indivíduo faça uso em diferente idioma. Em
    paralelo, o Departamento de Tecnologia e Informação igualmente não
    identificou moodle em inglês, solicitando endereço para eventual
    correção.
    ATT,
    SIC-UNIRIO. Ou seja devo me conformar com a informação de que a Universidade não sabe informar qual o montante da dotação orçamentária que cabe ao DCE? E que os estudantes com atuação na Uniriotec, atuam todos voluntariamente?

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